Não sou nada.
Não sei nada.
Somente uma imensidão de vazio.
Um nada que é muito, mas um muito sem significado.
Um muito de significados encriptados.
Sou o que sinto. Quando o sinto.
Sou o que sei. Quando o sei.
Sou mim. Quando sou.
Sou um universo de coisa nenhuma.
Um nada cheio de vazio.
Consigo ouvir os meus pensamentos ecoar dentro de mim.
Num eco triste. Sem ouvinte.
Oiço-me a mim mesma. É imperceptível.
É nada.
Não sinto nada.
Mesmo vazio, os sentimentos mostram-se pesados. Densos.
Estão aferrolhados não sei onde. Se calhar em lado nenhum.
Não sinto nada.
Não sei não sentir nada. Estranho não sentir nada.
Mas não o escolho. Apenas o sinto.
Poderia sentir tudo. Mas tudo também seria demasia.
Por outro lado, nada, aparenta ser fácil de sentir.
Mas não é.
Porque não se sente.
E como se pode ser um ser sensitivo sem se sentir? Não se pode.
Não sinto nada. Não sou nada.
Perco-me dentro de mim.
Perco-me no seio do verbo sentir.
Perco-me nas ilusões dos iludidos.
Perco-me nos anseios dos sentidos.
Perco as certezas. Já não sei nada.
Não sinto nada.
Não sou nada.
Não sei nada.
Que os sonhadores nunca deixem de sonhar...
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