segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Huius. Nostrum.

Uma saudade como quem nos mata imposta por esta distância que se ergue entre a gente. 

É como se nos ferissem a alma sem nos tocarem. É como se nos roubassem o oxigénio dos pulmões. 

É como se nos dilacerassem com o olhar.  É como se lhe cobrassem uma elasticidade que a génese humana tanto nos renega.

É um remoer baixinho que ecoa a brados.

Fica difícil ser inteiro na falta da metade.

É tão estranho pensar o quão insignificantes já fomos na vida um do outro, o quão desnecessários... E agora seres o indispensável, o essencial na minha vida. A força gravítica que me faz caminhar, o oxigénio nos meus pulmões. 

Aconteci-te por acaso. Aconteceste-me por acaso. Acontecemo-nos por acaso. E foi o acaso mais bonito.  

Contra todas as expectativas, contra todas as fortunas, afortunados ao ser brindados por elas. E se não foi obra do acaso, foi dedo do destino. Um amor assim, só pode ser feito divino. Ou não. O próprio cosmos juntou o que era de se juntar. Sem explicação. Não precisa de ser explicado.

Não precisa de fazer sentido. Precisa de ser sentido, precisa de ser vivido.




























Que os sonhadores nunca deixem de sonhar...