sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Capulus

Bebo o café, com sede de alívio. Sinto-o a vir e a tomar conta de mim.
Sabe bem. É reconfortante.
Num trago leve e intenso, doce e amargo. Quente, sempre quente.
Nos poucos segundos que cada gole me consome, traz-me paz. Faz-me esquecer todo o mundo em meu redor.
Sou só eu e aquele sabor, tão distintivo. Tão dono de si próprio.
As dores esfumam-se, a ansiedade dissipasse. Mas que célebre antítese!
Deixo-me ir e levar no sabor que embala as minhas papilas gustativas, com a mesma sincronia que embala a minha mente.
Enxergo, mesmo de olhos fechados, aquilo que de bom há no mundo. Os pequenos momentos. São os pequenos momentos. Aqueles que nos fazem fugir da ritmacia enervante, do corridinho corriqueiro do quotidiano. Esses que nos levam a explorar o que de melhor há dentro de nós, esses são os maiores tesouros do mundo.
Abro os olhos devagar, confesso que sem muita vontade, um sorriso estampado no rosto e na alma. Inalo. Exalo.
Hoje foi um café...
Amanhã o que será?






Que os sonhadores nunca deixem de sonhar...

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