quarta-feira, 22 de julho de 2015

Obrepserit...

Surpresas.

As surpresas estão em todo o lado, são como o vácuo, sempre presentes, mas somente notadas quando emergem de lado nenhum; quando isoladas da nossa recorrente normalidade.
Mas nem todas as surpresas são boas, como usualmente, os nossos pensamentos automáticos nos sugerem.

Há surpresas, surpreendentemente desagradáveis. Acontecimentos, momentos, lugares, coisas, pessoas... PESSOAS!
As pessoas, são sem dúvida a maior surpresa com que nos podemos deparar. Por mais óbvias que pareçam, paleiam por detrás de um manto da invizibilidade alíquotas inimagináveis, surpreendentes.

Vivi pouco, mas no pouco que vivi, tive a oportunidade de surpreender, de me deixar surpreender e de ser surpreendida. Umas boas, outras más, mas todas surpresas.

Não tendo a deixar que as pessoas me surpreendam relativamente ao pó de estrelas de que são feitas. Mas há coisas incontroláveis, e por vezes cegamos continuando a ver. Vemos as coisas da forma tão nítida no ponto em que focamos, que nos olvidamos de olhar a periferia, as sombras onde o desconhecido se amora.

Esta cegueira com olhos de águia protela-se no tempo, até que o tempo se estreita, ou parece estreitar-se. E neste momento as pessoas surpreendem. Surpreenderam-me.

Há coisas inimagináveis, inexpectaveis, mas que acontecem quando menos esperamos.

Não sei se fui eu que não vi ou se não quis ver, porque, às vezes a verdade dói. Dói não por ser verdade, mas por não ser o espectável. Dói porque no fim, aquilo que era a nossa inerente verdade, resume-se a uma mentira. A uma mentira auto-relatada.

Não sei se fui eu que não vi ou se não quis ver, ou se foste tu que deveras mudaste. O que mais temo, é que sempre assim o tenhas sido, e eu ingenuamente tenha acreditado naquilo que vi... cegamente.

Dizem, pelos cantos e esquinas, que máscaras não se sustentam eternamente, que um dia desprendem-se e caem. Hoje foi o dia. Hoje a tua caiu.

Agora olho e vejo, percebo o que outrora fui incapaz de perceber... é triste que as coisas tenham acabado desta forma. É triste quando se chega ao final da linha e se está só. Parece um deserto, não tens ninguém com quem partilhar as conquistas...

Outro rumor que voa com o vento, é que o universo procura equilibrar as energias, então tudo o que dá-mos, recebemos.
Dá amor e receberás amor. Dá dor, e receberás dor.
Não quero que sintas dor, mas lembra-te tudo o que tu fizeres acaba por se espelhar, mais tarde ou mais cedo... Se escolheres andar sozinho entre a gente, não poderás acabar o dia acompanhado.

E no final, no nosso final, parece que foi tudo mentira...
Parcialmente, mentira.
Eu cumpri o que tinha de ser cumprido.
Faltou cumprir-se a nossa posteridade.

















Que os sonhadores nunca deixem de sonhar...

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